sábado, 29 de outubro de 2016

Inspiração: benção ou maldição?




Está na hora de falar sobre a "musa" dos escritores. Da mais aclamada, da mais respeitada, da mais intimidadora, a que todos esperam durante as horas mais prováveis do dia, mas que ousa aparecer somente nas horas inoportunas. Estou falando da exaltada Senhora Inspiração.
Quando e como ela ocorre? Por quanto tempo fica? E, afinal, o que quer de nós? Todas essas perguntas e muito mais serão respondidas aqui agora. Se acomodem porque os conceitos são muitos e pode variar de escritor para escritor. Mas vamos desvendar os segredos da verdadeira inspiração.
Para começar, uma ilustração:
Você se acorda em mais uma manhã para mais um dia cheio de ocupações: trabalho/escola, alguma programação especial com os amigos ou namorado(a) ou simplesmente passar o dia resolvendo problemas em casa. Seria mais um dia de rotinas cansativas se você não tivesse recebido aquela correspondência. Não tinha assinatura, era apenas uma carta que lhe dizia que você havia ganhado uma viagem com tudo pago para uma ilha paradisíaca e que sua duração era de tempo indeterminado.
Caramba! Você mal acredita, parece até pegadinha de uma pessoa com muito mal gosto, mas a documentação em anexo dá um ar de seriedade a tudo. Minutos depois uma mulher bate na porta da sua casa e diz que será sua guia, que as passagens do avião estão nas suas mãos e que precisa apenas da sua decisão: vai ou não vai?
Se for, imagine só quantas boas poderá desfrutar, quanta paz terá,  o quão feliz ficará... Mas, se não for, garantirá sua estabilidade de sempre, afinal, sua vida sempre foi a mesma, certo?
Vamos considerar que a proposta foi aceita, você rapidamente arruma o que julga essencial para a viagem e vai sem medo de arrependimentos.
O começo já se torna empolgante, sua guia é uma ótima companheira, você se sente a melhor pessoa do mundo, alcançou o auge de felicidade.
Chega ao seu destino e aproveita cada momento. Tudo está maravilhoso. Até sua guia, depois de umas duas semanas, lhe dar a infeliz notícia de que vocês precisam voltar para a casa.
A viagem acabou. Vocês regressam.
No começo você fica chateado(a), não queria sair daquela bela ilha, ela te fazia tão bem... Mas só resta o contentamento, quem sabe em outra manhã você não acorda e mais uma vez se depara com a ótima surpresa?
A inspiração é como essa viagem: inesperada, oportunidade única e sem previsões. Não posso negar que a inspiração na hora de escrever é importante, mas não devemos nos deter a ela, sermos escravos de algo que claramente nos deixará na mão em algum momento. Porque nós sabemos que, da mesma maneira que ela nos atinge de repente, irá sem avisar também.
O melhor é saber administrar a Senhora Inspiração e não deixar que a mesma que nos ajuda a alavancar no novo livro nos passe a perna e nos abandone caídos e desesperados.
A queda mais feia com certeza é a dos escritores iniciantes, por isso que um dos modos de um escritor perceber sua evolução é avaliar o tamanho do impacto que um bloqueio criativo tem na sua carreira e até na sua vida.
Vamos colocar os tópicos iniciais sobre a "musa" Inspiração:
1-Quando e como ocorre?
R= Com certeza no momento que menos se espera. Pode ser de madrugada, quando se está tentando dormir, no meio de uma reunião de trabalho, durante uma prova na escola, no ônibus, no elevador, no banheiro e etc. A inspiração vai chegar, tenha certeza, só não avisará antes e vai pegar de surpresa.
Não é necessariamente preciso um estímulo exterior para que ela aconteça, mas há quem se sinta mais inspirado quando assiste um filme, novela, lê um livro ou escuta uma conversa ou música. Eu recebo umas inspirações meio sobrenaturais quando estou dormindo, quase tudo o que eu escrevo provém de sonhos que tive de madrugada.
2-Por quanto tempo fica?
R= Ah... Queria eu poder estipular esse tempo. Uma semana? Um dia? Uma hora? Um ano? Um mês? Ninguém pode definir no geral, apenas com sua observação pessoal. Devemos ter em mente que a inspiração vai embora do mesmo modo que chegou então raramente você pode afirmar que estava "dando indícios de que sofreria um bloqueio pós-inspiração". Em mim a inspiração dura cerca de duas semanas. Isso se eu administrá-la bem, caso contrário ela se vai em cinco dias.
3-O que quer de nós?
R= Essa é a questão mais complicada. Se a Senhora Inspiração for uma espécie de deusa mitológica ou força suprema vagando pelo universo, creio eu que ela quer apenas sugar o nosso melhor, nos fazer sofrer sem dormir por noites enquanto escrevemos no calor da emoção e depois nos abandonar num estado de calamidade. Já notaram que, logo após o longo momento criativo, vem aquela lufada de bloqueio? Parece que tudo de bom que podia sair de nós se foi junto com a inspiração e não conseguimos mais produzir nada por semanas e até meses.
A inspiração devasta. Ela nos trás boas ideias, gás extra para começar e desenvolver histórias brilhantes, mas é uma sacana por nos deixar desamparados quando mais precisamos.
Então, você pode se perguntar: Ora, Bia, então quase tudo da inspiração é ruim?
A resposta é: obviamente não.
Agora vamos voltar para a postagem anterior onde falei sobre planejamento. Administrar a inspiração dosando-a com o planejamento é a chave do sucesso para qualquer escritor, até para aquele que acredita quase nada em sua capacidade.
Ninguém quer depender de algo passageiro, ninguém quer começar um relacionamento já sabendo que o fim é inevitável, ninguém quer casar já prevendo o divórcio. Sendo mais radical: ninguém planeja uma gravidez pensando em aborto.
Inspiração e planejamento devem andar juntinhos para assim proporcionarem ao escritor o conforto de escrever com segurança. Posso dizer hoje que minha dependência da inspiração para escrever está entre 30 e 25% e é um número consideravelmente baixo levando em conta as dificuldades de se iniciar, manter e terminar um livro.
Mas, como vocês percebem, eu enrolo demais. Vou explicar como fazer o benefício da inspiração ser mais duradouro, relacionar com o planejamento e evitar bloqueios futuros.
A primeira coisa que você deve fazer ao sentir que foi tocado pela inspiração: a) começar a escrever sua história com empolgação? b) armazenar todas as ideias na cabeça? c) ignorar os bons ventos? Nenhuma das alternativas. Começar a escrever tudo o que você está pensando - e que são dezenas de ideias uma atrás da outra - vai te fazer se empolgar demais e perder detalhes essenciais para poder alcançar determinada parte da narração que você almeja. Ei, pequena formiguinha, vá com calma, são ideias boas demais para serem desperdiçadas por precipitação.
Também não confie na sua memória, ela pode te trair e te fazer esquecer pontos bem legais que a inspiração te fez criar. E jamais, em nenhuma hipótese, ignore a chegada dela. Por mais que você esteja ocupado, não deixe passar uma oportunidade de livro novo. Pode ser que não queira escrever no momento, mas pode sentir falta da ideia chave mais tarde e a ter esquecido.
O que se deve fazer é anotar. Isso mesmo, tomar nota. Planejar, colocar no papel tudo o que está na cabeça sem se importar em estar rabiscando tudo e invertendo ordens. Meus cadernos de planejamentos parecem livros de caligrafia de uma criança no começo da alfabetização.
Segunda coisa: certifique-se de que realmente colocou tudo no papel, de que o planejamento, por mais que desorganizado no começo, foi feito. Só assim você pode começar. Começar a escrever? Não. Mas essa é uma opinião minha, cada um age conforme acha melhor.
Eu acho que, quando você começa a escrever no calor da empolgação vai querer fazer tudo de uma vez e acabar deixando a obra um tanto descuidada e apressada. O que eu faço: escrevo o primeiro capítulo e umas sinopses. Envio essas sinopses para meus amigos e pergunto o que esperam de um livro assim e se leriam. Feito isso e escrito o primeiro capítulo, deixo descançar por uns dias e espero a inspiração afoita me deixar. Quando isso acontecer, releio meu planejamento, organizo de uma maneira mais bonitinha e penso se estou com disponibilidade para começar a escrever ou espero mais um pouco.
Eu faço isso quase sempre, só parto para a escrita de fato se não tiver nenhuma atividade próxima relacionado a escola ou outras coisas.
Você pode até achar que deixar a inspiração passar pode ser um desperdício, mas, se acontecer com você o mesmo que comigo, quando terminar as suas várias páginas de anotações e planejamento,  vai sentir que suas forças foram sugadas e o melhor mesmo é esperar.
Quanto mais detalhado seu planejamento for, mais técnica sua escrita será e os imprevistos te alcançarão cada vez menos e com menor abalo. E os períodos de "não sei mais como escrever" se tornarão bem mais escassos até o ponto em que escrever a qualquer momento será natural e não terá tantos impactos negativos.
Por hoje é isso, formiguinhas, não sei se consegui esclarecer muita coisa porque eu sempre me perco em diversos assuntos quando escrevo, mas estou disponível para qualquer dúvida. Na próxima publicação falarei sobre o efeito da música na hora de escrever, afinal, ela ajuda ou acaba se tornando um empecilho?
Até a próxima semana (que já começa amanhã) e deixem um comentário sobre o assunto.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A crise do planejamento


NaNoWriMo às portas. A aflição também? Queria dizer que essa chega apenas para os despreparados que não planejaram nada, mas a verdade é que todos os escritores sentem aquela pressão, o 'frio na barriga' quando estão perto de iniciar uma grande obra. É claro que se planejar dá certa segurança, mas a tensão já se tornou natural, afinal, somos seres viventes e seres viventes sentem essas coisas.
A sensação é parecida com a preparação para uma viagem: podemos comprar as passagens, arrumar as malas e ligar para os parentes e amigos avisando que estamos de saída, mas sempre dá aquele nervosismo. Seja de ansiedade, alegria ou, o mais ruim, de preocupação. Será que o avião vai cair? Esqueci alguma coisa? Meu passaporte está regularizado? Mas podemos considerar essas preocupações também como naturais, como já disse, somos seres viventes e seres viventes se preocupam.
O que não podemos é deixar essa maldita preocupação destruir o prazer de uma atividade que deveria ser agradável. Não é nada legal ficar  a viagem toda checando a cada minuto as coisas nas malas, os documentos e pensando constantemente em acidentes. Assim nada se aproveita da viagem. Por que não focar na paisagem pela janela? Ler um livro? Escutar uma música?
Assim deverá ser nesse mês de novembro, deixar as preocupações de lado e curtir o lado bom de participar de uma maratona internacional de escrita - sinta o impacto desse evento, não é para qualquer um!
Bem, mas vamos voltar a falar sobre planejamento. Cada escritor tem sua maneira de planejar. Uns organizam em tópicos acontecimentos que ocorrerão no decorrer da sua narração, outros fazem resumos breves de cada capítulos e há também quem escreve um mega resumo do livro inteiro em uma folha.
Minha maneira de planejar é uma mistura de todas as três que citei acima. Faço parágrafos de tudo o que vai acontecer em cada capítulo e algumas anotações na margem sobre o que não devo esquecer, mas meus planejamentos têm geralmente quatro folhas de caderno frente e costa. Às vezes eu sinto que vou me empolgar demais na hora de planejar e escrever todo o livro naquele momento. Mas deixar tudo detalhado me dá segurança e não me deixa com muito medo de ficar dependente da inspiração (esse assunto abordarei na próxima postagem).
Resumindo tudo: não dá pra improvisar na hora da viagem,  não temos garantia de que vamos ter aquela parada para um lanchinho ou para comprar roupas. É bem melhor se prevenir, não é mesmo? Eu acho que sim, mas cada escritor é diferente, há quem gosta de sentir uma emoçãozinha a mais ao começar a escrever "sem rumo", há quem gosta de se arriscar desse jeito. Mas não é o meu caso.
Me considero extremamente desorganizada, mas, quando o assunto é livro novinho esperando para ser escrito, faço um esforço e me organizo na medida do possível.
E repito: planejar pode te ajudar a não ser um escritor dependente de inspiração e evita imprevistos desagradáveis, além de não dar aquele efeito de quebra de foco no meio da narrativa que acontece quando tentamos escrever na base do "espírito do momento".
Mas e você, gosta de se planejar? Qual seu tipo de planejamento?

domingo, 23 de outubro de 2016

Conflito de escritora: minha vida e minha escrita

O intervalo entre a primeira e a última vez que eu me preparei, peguei a caneta ou encarei as teclas do teclado para escrever, foi quando muitas coisas mudaram na minha vida.
Nesse tempo eu amadureci muito. Tanto como ser vivente como escritora. Queria muito dizer que hoje estou extremamente satisfeita, mas ambas as áreas de mim que destaquei ainda estão muito frágeis. Não posso negar que quero ser uma pessoa melhor. Não posso negar que em grande parte do dia eu me sinto apenas uma sobra do meu passado, apenas uma coisa pequena de pouco significado no mundo. Mas eu sou ótima em disfarçar.
Eu me julgo uma menina muito bonita, fofa e adorável. Não tenho e nunca tive problemas com estética, nunca me olhei no espelho e me achei feia. Eu sou bonita, eu me encaixo em todos os meus padrões físicos de beleza, mas isso não é o suficiente. Não me basta.
Do que adianta ter um rostinho bonito se meu coração se encontra sufocado e meu psicológico totalmente desprovido de qualquer beleza? A Bia que eu já fui, a Bia que sou... Nunca alcançarei a Bia que esperam que eu seja e a que eu quero ser.
Padrões. Eu os chuto. Rótulos. Eu os derrubo. Regras. Eu as ignoros. Minha consciência. Eu me curvo e obedeço. Mas em vão. Não há resultados positivos. Eu sou um exemplo de criatura errada. Em meio as minhas qualidades, somente eu as destaco como importante. Mais ninguém. Mas eu não ligo para o que vão achar de mim, mas dá um aperto no meu coração quando eu mesma fico me lembrando que nunca vou alcançar o nível de estabilidade mental para ter uma vida feliz e tranquila.
Eu sou uma constante perturbação. Os níveis de perfeição como ser vivo para se alcançar são um alvo extremamente distante que eu precisaria de muitas mais vidas para pelo menos tentar acertar.
E, como não consigo ser um ser vivo razoável, tento dar o meu melhor escrevendo. Escrever me dá um sentimento que não consigo expressar com palavras. Não me sinto perfeita, não me sinto a melhor, por mais que muitas vezes eu diga que sou, na verdade eu enxergo muita capacidade em mim, mas também enxergo fracasso.
Eu escrevo. Eu aprendi muito escrevendo, mas parece que não alcancei o que quero. Meu livro, meu último escrito, minhas fanfics, meus textos. É como se nunca pudesse agradar a todos e sei que não vou.
Há pessoas que me leem. Há pessoas que me elogiam, mas também há críticas. Sou humilde e as aceito, mas tem algumas que ainda não me preparei para receber. Eu tenho medo de me mostrar para o mundo. Se pudesse esconderia tudo o que já escrevi em um baú bem secreto e distante de qualquer um que saiba ler.
Eu quero ser lembrada no futuro como um nome importante na literatura, mas o que estou conseguindo hoje?
Claro que não posso jogar fora, dar descarga em todo meu progresso nesses últimos cinco anos, mas eu queria estar melhor. Ainda me sinto limitada quando escrevo, ainda há conflitos, palavras ainda faltam.
Eu estudo, eu leio, eu treino. Treino. Escrevo. Treino. Mas o resultado muitas vezes sai insuficiente.
Se tratando de tudo o que escrevo, eu sou a que mais me exijo. Eu só queria mostrar para o mundo a minha capacidade de expressão através da literatura, mas eu não consigo.
Está tudo ligado: mente, estado de espírito, psicológico, corpo, habilidades, talentos, desempenho...
E tudo se reflete em mim nesse momento. Minha mente está cansada, está sobrecarregada e quase não mais suportando se manter ligada; meu estado de espírito é crítico, sem comentários; meu psicológico foi altamente destruído há alguns anos e nunca mais se regenerou, meu corpo sofre sequelas, frequentemente ando doente e com resistência muito baixa, tenho medo até de morrer por causa disso. Meus talentos e habilidades são meus, mas o que eu faço deles? O que eu estou conseguindo fazer? Qual a diferença no lugar onde vivo? Qual a diferença em mim mesma?
É como se eu escrevesse,  escrevesse, escrevesse, mas nunca conseguisse.
Não importa quantas vezes eu revise um capítulo, sempre passarão erros. Não importe o quanto eu leia, sempre terá uma parte fraca em meio ao enredo. Não importa o quanto eu estude gramática, nunca vou aprender tudo.
Eu sempre vou errar e aceito isso. Mas eu queria deixar meus leitores estupefatos, eu queria alcançar o alto pico de satisfação pessoal com meus livros, eu quero elogios com conteúdo e não gratificações vazias. Eu quero que me reconheçam pelo meu eu que apenas eu conheço. Eu não quero ser apenas o que veem.
Eu sei que quero algo impossível. Eu nunca vou ser a pessoa que quero ser, eu nunca vou ser a escritora que impressiona a todos. Frequentemente errarei. Frequentemente irei tropeçar nos meus próprios erros, chorar, pedir ajuda e ser ignorada. Mas eu levantarei e continuarei como se nada tivesse acontecido.
Talvez eu devesse não cobrar tanto de mim, talvez eu devesse aceitar todo tipo de elogio e não ficar selecionando.
Mas eu não sei mais o que é prudente buscar nesse mundo. Eu não sei mais o que vale a pena.
Viver de escrever, escrever para viver, tentar viver e escrever ao mesmo tempo. Tentar ser o que nunca serei ou me contentar com o que sou.
Eu não sei o que é pior, tendo em mente que nenhuma solução me parece viável em nenhum momento da vida.
Com certeza o espermatozoide que me formou não sabia o que estava fazendo na hora da fecundação e me formou em vida sem querer querendo. Talvez eu seja o erro de uma célula ou apenas mais uma em meio a tantos erros que temos nesse mundo.

Ps: a imagem tem direitos autorais.

sábado, 4 de junho de 2016

Meus amigos escritores

Estava de boa no Nyah! que, confesso pra vocês, é um site que amo porque estou rodeada de histórias, futuros livros e escritores maravilhosos. É onde me sinto bem. Num desses meus passeios pelas histórias originais encontrei essa aqui, me apaixonei por ela. Escrita por

Manoela Santello Machado Santos com o título "Indiferença":
Eu me sentia uma bomba.
Uma bomba de sentimentos tristes prestes a explodir.
Uma bomba que ninguém quer que exploda. Porque incomoda.
Incomoda ver a dor dos outros.
A tristeza.
A perda.
Incomoda porque eles não amam o suficiente para consolar.
Então apenas incomoda.
Acho que é difícil para eles verem que é pior para mim do que para eles. Que além de toda dor que sinto, ainda tenho que me segurar e ignorar os olhares.
Olhares de repreensão.
De acusação.
Olhares sobre a bomba explodindo.
Tic tac tic tac tic tac tic tac....
Bum!
Tudo estava errado.
Eu havia me perdido.
Me perdido de mim mesma.
Já não sabia quem era, o que queria, o que amava.
Eu tentei. Juro que tentei.
Eu amei o mundo. Amei cada ser. Cada respiração.
Amei os bons.
Amei os ruins.
Amei você.
E amei à mim.
Mas isso foi se esgotando, não foi?
Cada amor vinha com um preço injusto.
A cada morte, eu morria. Cada dor, eu sentia.
Eu estava lá, quando todos precisaram. 
Ninguém estava lá quando precisei.
Mas não se engane, não foi culpa deles. Eles não sabiam, porque eu não sabia. E quando soube, não deixei ninguém saber.
Quando soube que o preço era muito alto, e que eu não conseguiria, EU não deixei eles saberem.
Eles estragariam tudo.
Tentariam me ajudar, mas não ia dar certo porque já estava feito e isso tornaria tudo ainda mais doloroso.
Não queria que sentissem pena.
Queria que me amassem, assim como eu os amei.
Queria que mostrassem que valia à pena ama-los. Estava implorando para que me mostrassem que valia à pena me amar.
Mas eles não entendiam.
E então eu pensei: "Talvez realmente não valha à pena me amar"
Eu acreditei nisso.
Mas não podia fazer nada à respeito.
Porque eu via que o mundo não tinha mais amor o suficiente para dar. E eu sabia melhor do ninguém que o amor define sua vida e sua morte.
Então tomei minha decisão.
Não importava que o preço fosse muito alto.
Não importava que talvez eu não conseguisse sozinha.
Não importava que a cada morte eu morresse. Que eu sentisse tudo. Toda a alegria e toda a tristeza.
Não importava, porque eu já não vivia mais para mim.
Não
Eu vivia por aqueles que não tinham o que eu também não tinha.
Eu vivia pelos outros. Para ama-los. Para fazer valer à pena. Para que eles pudessem receber algo que eu não recebi, mas que veio até mim para nunca ficar.
Eu os amei.
Cada ser.
Cada árvore.
Cada bebê.
Cada vilão.
Cada herói.
Cada formiga.
Eu sentia o mundo, e de repente EU era o mundo.
E eu percebi.
Toda nossa vida nos levava à um só caminho.
Eu os amei para servir como ponte. Como segunda chance. Como um atalho. Como esperança.
Eles eram eu e eu era eles.
Eu não era Deus.
Não.
Eu apenas fiz o que Ele me ensinou a fazer.
Ame o próximo como a si mesmo.
Ou, em minha versão:
Ame o próximo como você gostaria de ser amado.
Talvez você não encontre sentido nesse texto.
Talvez você leia isto e pense: "Nunca em toda a minha vida eu li tanta baboseira"
Talvez você tenha vindo atrás de uma história diferente e eu tenha te decepcionado.
Talvez você se sinta tocado. Talvez chore.
Talvez você mude toda a sua vida por causa desse texto.
Mas o meu amor não é um talvez.
É verdadeiro.
É um sim em meio aos nãos.
É um abraço, é esperança. É vida.
Porque Ele me amou e eu amei vocês.
E lembrasse sempre:
O oposto do amor não é o ódio.
É a indiferença.

Achei linda a mensagem. Foi um capítulo único, que pena... Mas vale a pena ler.
Link da história no site:https://fanfiction.com.br/historia/694902/Indiferenca/
Até, pessoal!

domingo, 1 de maio de 2016

Minha experiência no NaNo Camp de Abril

Apenas uma palavra: MA-RA-VI-LHO-SA!
Eu participei do NaNoWriMo (National Novel Writing Month) do ano passado e, confesso, não tinha esperança nenhuma de escrever algo que fosse bom. Mas sobre isso conto mais tarde. Vamos focar agora no camp desse mês.
Bem, as 50 mil palavras de novembro não foram o suficiente para eu terminar meu livro então resolvi continuar no camp. Coloquei 15 mil palavras como meta e comecei a escrever.
Mas o tempo passou voando e, quando eu me dei conta, já faltava uma semana pro fim do Camp. Aí eu me desesperei, ainda precisava escrever 10 mil palavras! E, para piorar a situação, na semana seguinte teria duas importantes provas na escola. Aí eu fiquei entre duas questões: escrever e cumprir minha meta ou estudar? Conclusão, eu escolhi a prioridade da minha vida: escrever!
Troquei os livros pela caneta e o caderno. No domingo, segunda, terça e quarta escrevi tudo o que consegui. Na quinta e na sexta passei tudo para o computador.
Graças a Deus consegui alcançar a meta e, melhor ainda, terminar meu livro! Nossa, isso foi um alívio inexplicável.
Bem, não fui muito bem nas provas, mas tenho meu certificado do camp! :D E ainda tenho mais duas provas pra recompensar as notas perdidas.
É isso aí, formiguinhas, agora é bola pra frente. Gulisher - O fim de um reinado, o meu livro que terminei, agora está só esperando o Camp de julho para a revisão. E que venha mais um NaNoWriMo pra escrever mais 50 mil palavras do meu segundo livro para continuar a saga Gulisher.
Agora é sua vez, me conte sua experiência no Camp!

O que eu acho dos livros?

O que os livros significam pra mim? Ah, muuuuuuuita coisa! Até os meus nove anos eu odiava todo o tipo de leitura, achava perda de tempo. E sabe por quê? Porque nunca tinha lido um livro na vida!
Mas aí eu conheci esse mundo fantástico que é o universo dos livros. Comecei com um pequeno, achei impressionante e comecei a pegar gosto pela leitura.
Mas ser uma leitora aqui em casa no começo foi difícil. Eu não tinha dinheiro guardado e tinha que esperar meus pais comprarem livros para mim. Mas eu não tinha paciência!
Aí eu comecei a juntar um dinheirinho e finalmente comprei meu primeiro livro! Se não me engano foi Em chamas. E, olha, posso dizer que foram os trinta reais mais bem empregados da minha vida!
Agora, sempre que tenho uma boa economia, compro livros. Mas, se for preciso, continuo lendo pelo tablet livros baixados.
Pra terminar, afirmo que a minha vida de leitora melhorou muito nos últimos anos. Olho pra minha prateleira de livros e uma sensação de nostalgia bate, lá tem boa parte da minha história.
Ler vale muito a pena e se você ainda não tem esse hábito, aconselho a adquirir, é muito bom!
Em outra postagem continuo contando como evolui nesse mundo literário.
Comente aí também a sua primeira experiência com os livros e como se tornou um(a) leitor(a).

sábado, 13 de junho de 2015

Olá!

Oiiii, pesoas! (Posso chamas vocês de formigas? Adoro formigas!)
O meu objetivo ao criar esse blog foi falar sobre livros, mas não só sobre livros já publicados, mas também sobre futuros livros que poderão ser escritos por você!
Você que entrou nesse blog, provavelmente já pensou em escrever alguma obra ou tem aquele escritor de admiração e pensa: "Queria ser como ele!" A verdade é que você pode! Todos nós podemos. É como ler um livro. Se você não tem o costume, o começo é estranho e até chato, mas depois que pega o gosto... é impossível largar.
Essa foi só uma introdução.
Até mais, formiguinhas!!